segunda-feira, 15 de abril de 2013

AH!SE ELES FOSSEM COMPROMETIDOS!!

A África é o continente mais pobre do mundo, onde estão quase dois terços dos portadores do vírus HIV do planeta, a continuidade dos conflitos armados, o avanço de epidemias e o agravamento da miséria põem em causa o seu desenvolvimento. Algumas nações alcançaram relativa estabilidade política, como é o caso da África do Sul, que possui sozinha um quinto do PIB de toda a África.
Há no
mundo diversas regiões atingidas pela fome, que mata milhares de pessoas todos os anos. Entre os principais focos figuram o Haiti, a Indochina, a Índia, Bangladesh e o Nordeste brasileiro. Em nenhum outro lugar, porém, o problema é tão disseminado quanto na África. Pelo menos trinta países africanos são duramente atingidos pela fome, sobretudo aqueles localizados em torno do deserto do Saara. Por isso, não raro a fome no continente africano é associada à aridez do clima e à irregularidade das chuvas. As adversidades climáticas, entretanto, somente ampliam a miséria de milhares de africanos, que vivem abaixo das condições mínimas de sobrevivência.
Para entender as causas da
fome na África é preciso remontar à época da colonização, quando foi introduzido o sistema de plantation para produzir gêneros destinados à exportação, diminuindo a área de cultivos de subsistência (milho, sorgo, mandioca, etc.). Há muitos países africanos que exportam, por valores flutuantes, matérias-primas para os países desenvolvidos e que importam, a preços cada vez mais altos, alimentos para suas populações famintas.
Com a
agricultura extensiva, matas são derrubadas e em seus limites o deserto avança. A necessidade de produzir para exportação impede que se pratique o sistema de descanso da terra, que se esgota rapidamente e nem mesmo o uso de fertilizantes consegue recuperar. Assim, de maneira geral, a produção agrícola tem diminuído na maioria dos países africanos. A introdução da pecuária extensiva, em detrimento da pecuária nõmade, tradicionalmente praticada no continente, também causa danos às paisagens africanas, pois os rebanhos acabam com as já reduzidas pastagens, sendo atingidos pela fome, da mesma forma que a população.
Outro
problema é o descompasso existente entre o enorme crescimento populacional e o reduzido crescimento, ou mesmo estagnação, da agropecuária. Apesar das elevadas taxas de mortalidade infantil e geral, da ineficácia dos serviços de saúde e das inúmeras doenças, a população africana cresce em níveis muito altos.
A todos esses
problemas é preciso acrescentar outro, ainda mais marcante: as guerras. A colonização da África impõs divisões políticas que nunca coincidiram com as divisões tribais e, atualmente, guerras entre tribos agravam ainda mais a fome e a mortalidade no continente.
Quando o
problema torna-se agudo demais, é comum organizarem-se campanhas nos países mais ricos. Essas campanhas, no entanto, conseguem apenas atenuar o problema, pois atacam as suas conseqüências e não as suas causas. Além disso, nem todos os recursos provenientes dessas campanhas chegam a seu destino, pois a rede de transportes e demais serviços de infraestrutura extremamente precários fazem com que parte dos alimentos enviados não alcance as populações mais isoladas.
De acordo com a ONU, até o início de dezembro, 18 milhões de pessoas corriam o risco de passar fome na Etiópia, em Eritréia e no Sudão.Outros 16,4 milhões em sete países do sul da África, e 2,7 milhões na região dos Grandes Lagos enfrentam situação parecida.